A Caixa Econômica Federal opôs Embargos de Declaração
contra acórdão do TCU que expedira determinação à empresa no sentido de que os
futuros editais de licitação na modalidade pregão incluíssem orçamento
detalhado e critérios de aceitabilidade de preços unitários e global, em
consonância com o art. 6º, inciso IX, alínea “f”, o art. 7º, § 2°, inciso II, o
art. 40, inciso X e § 2º, inciso II, da Lei 8.666/93 e a jurisprudência do TCU.
A Caixa argumentou que: a) os ditames da Lei de Licitações não se aplicam à
modalidade pregão, que possui lei específica; e b) o Tribunal firmou
entendimento no sentido de que não seria obrigatória a inclusão de orçamento
estimado em planilhas de quantitativos e preços unitários no edital do pregão. Analisando
o caso, ponderou o relator que “a
aplicação subsidiária da Lei 8.666/93, norma que estabelece as regras gerais
para todas as modalidades de licitação, incluindo o pregão, está prevista no
art. 9º da Lei 10.520/2002, que institui o pregão, não subsistindo dúvidas
sobre esse tema”. Quanto à afirmação da embargante de que a jurisprudência
do TCU é tendente a afastar a exigência da inclusão de orçamento estimado em
planilhas de quantitativos e preços unitários no edital do pregão, entendeu o
relator que a alegação “é parcialmente
procedente”. Expôs que se verifica na jurisprudência do Tribunal “um amadurecimento de ideias, não havendo, no
entanto, entendimento firmado até o momento”. Neste ponto, o relator
afirmou sua convicção de “que, de maneira
geral, deve permanecer a exigência de inserir o orçamento detalhado e critérios
de aceitabilidade de preço unitário e global”, que deve ser “elaborado em consonância com os valores
praticados no mercado”. Explicou ainda que “o objetivo de tal publicidade é assegurar a isonomia entre as
licitantes”, de modo ao pregoeiro dispor de “critério objetivo de aceitabilidade de preços unitário e global para
julgar a exequibilidade das propostas dos certamistas”, e que “retirar essa exigência de todas as
licitações pode comprometer a transparência na sua condução, o tratamento
isonômico entre os licitantes, o critério objetivo de julgamento e, por
conseguinte, os resultados dos certames com eventual prejuízo à Administração”.
Em sua conclusão, o relator sopesou que “a
exigência poderá ser dispensada em casos particulares, com a cautela requerida”
e desde que motivadamente “para objetos
complexos, com alto grau de incerteza em sua definição e/ou características
muito peculiares de mercado que justifiquem a medida, considerando os riscos e
benefícios esperados para a Administração no caso concreto”. Em sintonia
com o voto apresentado, o Plenário acolheu parcialmente os embargos, dando-lhes
efeitos infringentes, a fim de conformar o acórdão recorrido ao entendimento
defendido pela relatoria. Acórdão 2547/2015-Plenário, TC 005.917/2015-8, relator Ministro Raimundo Carreiro, 14.10.2015.
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